O Castelo é um bairro de horizontes mais amplos e de fronteiras mais difusas.
Comporta-se como um gato snob, um persa mouro que não bateu em retirada na reconquista de Lisboa. Enrosca-se em círculos ao longo das muralhas e recebe a luz do rio e do céu.
Preguiça porque há sempre uma luz que fura as sombras.
Prevalecem os reflexos das gentes que inundam as calçadas, sem becos íngremes, uma linha quase recta entre a fé do clero e a soberba dos nobres.
Só os olhos do gato snob se movem, não falam mas pensam, o povo espalha-se na encosta, para lá da linha do eléctrico.
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