domingo, 22 de fevereiro de 2015

Fernão Capelo Gaivota (pombo e outras aves)











Fernão Capelo Gaivota é uma ave que não se contenta em voar apenas para comer. Ele tem prazer em voar e esforça-se em aprender tudo sobre voo.
Enfim, espécies eruditas!










































quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Castelo do gato persa


O Castelo é um bairro de horizontes mais amplos e de fronteiras mais difusas.
Comporta-se como um gato snob, um persa mouro que não bateu em retirada na reconquista de Lisboa. Enrosca-se em círculos ao longo das muralhas e recebe a luz do rio e do céu.
Preguiça porque há sempre uma luz que fura as sombras.
Prevalecem os reflexos das gentes que inundam as calçadas, sem becos íngremes, uma linha quase recta entre a fé do clero e a soberba dos nobres.
Só os olhos do gato snob se movem, não falam mas pensam, o povo espalha-se na encosta, para lá da linha do eléctrico.


























































quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Al(fa)ma de Lisboa

O sentido de posse territorial nos bairros é coisa séria. Estamos em Alfama "desde cá de baixo até à linha do elétrico", nem mais nem menos.
Mas o bairro que se sente como se fosse um país, tem dois ritmos e dois povos entre o burburinho turístico de gentes ruidosas e dos comerciantes da zona ribeirinha e as profundezas envergonhadas da encosta acima, onde as cabeças se escondem por detrás das vidraças e se sente um cheiro persistente a couve cozida que emana dos becos, das ruelas e das portas entreabertas das praças desertas.
Na Alfama a que nem todos se atrevem, as janelas são alternadamente o símbolo da individualidade dos seu habitantes, coberto de roupa estendida e de cortinas de renda e o núcleo da vida social do bairro, quando a curiosidade espanta a desconfiança e a vergonha.
As varandas sobre o rio , essas, são do povo, que as esquece e não frequenta porque as vistas largas e as ondas do Tejo podem varrer a personalidade do bairro.