quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Al(fa)ma de Lisboa

O sentido de posse territorial nos bairros é coisa séria. Estamos em Alfama "desde cá de baixo até à linha do elétrico", nem mais nem menos.
Mas o bairro que se sente como se fosse um país, tem dois ritmos e dois povos entre o burburinho turístico de gentes ruidosas e dos comerciantes da zona ribeirinha e as profundezas envergonhadas da encosta acima, onde as cabeças se escondem por detrás das vidraças e se sente um cheiro persistente a couve cozida que emana dos becos, das ruelas e das portas entreabertas das praças desertas.
Na Alfama a que nem todos se atrevem, as janelas são alternadamente o símbolo da individualidade dos seu habitantes, coberto de roupa estendida e de cortinas de renda e o núcleo da vida social do bairro, quando a curiosidade espanta a desconfiança e a vergonha.
As varandas sobre o rio , essas, são do povo, que as esquece e não frequenta porque as vistas largas e as ondas do Tejo podem varrer a personalidade do bairro.













































































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